quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Promessas de Erupção

Algures na Encruzilhada, a promessa da Erupção
a sinfonia da tempestade e mais perto da Redenção.


O maestro rasga as pautas
e rodopia
mergulhando no submundo

Perséfone está reflectida na menina dos seus olhos
mas Hades cria o turbilhão que alimenta a sua dança

catedral de purificação
inspirando fogo, expirando água
torna-se LAVA

Aquele arrepio
Explosão plutónica delicada porque em câmara-lenta
mais intensa
mas nunca estridente


Em câmara lenta
cabelos flutuantes
braços grandes como mantos
mantos de tempestade
varrendo
varrendo
abrindo
Novos caminhos
em cada passo o ritmo dos ciclos da mudança
em cada gesto a cadência da progressão
das cores de um pôr-do-sol
douradas texturas
de um nascimento sagrado


quando a beleza transcende a própria beleza
meu olhar fugidio
teme hipnotizado ficar
num infrutífero mitificar
da essência que se expressa
como abertura de orquestra
já és a canção que o silênciom
e começa a sussurar
já és a poesia que me teima em queimar

um acorde subtil e místico
ao ritmo de um leque de cabelos
leque que é pincel
que pinta o céu com texturas de sonhos


os tempos são intensos
a urgência da mudança exige que nos rendamos às ondas (gigantescas)

numa embarcação vulnerável
nos lançamos para um caminho enevoado
oráculos na espuma das ondas :
serpentes se transformam em cisnes

à medida que o Espírito esperneia e se contorce
dentro do casulo
ansiando pela Luz
como uma rosa sedenta de chuva

a ampulheta tombada
que regresse a visão
que nos conduz Às câmaras de cristal

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