terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Algures na Encruzilhada
a Promessa da Erupção.
Vou pela sinfonia da Tempestade,
e chego um pouco mais perto da Redenção.
Os mares em que te procuro...
O maestro rasga as pautas
e rodopia
e mergulha no Submundo.
Perséfone reflectida nas meninas dos seus olhos
mas Hades cria o turbilhão que alimenta sua dança.
Explosão plutónica
delicada porque em câmara-lenta
intensa
mas nunca estridente
(como se apanhasse os teus sonhos no rasto das estrelas-cadentes)
Em câmara-lenta
cabelos flutuantes
braços grandes como mantos
mantos de Tempestade
varrendo... varrendo...
Abrindo Novos caminhos.
Em cada passo o ritmo dos ciclos da Mudança
em cada gesto a cadência da Progressão
das cores de um pôr-do-sol
douradas texturas
um nascimento sagrado.
E a Beleza transcende a própria Beleza
meu olhar fugidio
temendo hipnotizado ficar
em seu infrutífero mitificar
da Essência que se expressa
como abertura de orquestra.
Já és a canção que o Silêncio começa a sussurar
Já és a poesia que teima em queimar.
Pinta o meu céu com texturas de sonhos
com teu pincel
abrindo teu leque que solta acordes subtis e místicos





São tempos intensos
A urgência da Mudança exige que nos rendamos às Ondas
(gigantescas)
numa embarcação vulnerável
nos lançamos para um caminho enevoado
e há Oráculos na espuma das Ondas:
serpentes transformam-se em cisnes
à medida que o Espírito esperneia e se contorce
dentro do casulo
ansiando pela Luz
como uma rosa sedenta de chuva.
A ampulheta está tombada.
Que regresse a Visão
que conduz às Câmaras de Cristal.
Somos oceanos pequeninos
abraçando a imensidão da Eternidade
a terra canta e dança pelos nossos corpos.
Um remoínho de fogo nos eleva até ao céu
o silêncio suspira sinfonias através da pele
e colhemos nossas lágrimas em cálices dourados.






No âmago do teu Ser
está uma Força que chama a Expressão
e é uma honra contemplar tuas tempestades sinfónicas
em que a espuma violenta
suspira cânticos divinos e preces de Redenção.
que eu possa ser a rocha
que abraça das tuas ondas gigantes
na câmara-lenta de um Segundo
planando em rumores de um Silêncio Dourado repleto de poesia
do teu Oceano profundo.








Uma viagem de comboio com Kali pelo reino de Hades
A minha visão enevoada pelas feridas emocionais
Foco e desfoco os carris.
Não é o final, é uma encruzilhada.
Ainda abalada pelos véus de Kali,
ela não me convidou para dançar,
quando dei por mim seu beijo intenso já me penetrava,
pulsando Persuasão.
Vou recordando o Poder Pessoal ao ir curando as minhas feridas
Os veus de Maya não me deixavam ver,
a Substância e o Conteúdo queriam emergir,
mas estava demasiado anestesiada.
Será que queria realmente Ver e sentir a Intensidade desta Urgência?
Uma hipnose que durou séculos.
Que nos fez esquecer as
Batalhas que merecem ser travadas.
Entro nas câmaras de cristal, construções de água suspensa.
Mas não são de Gelo.
O reino dourado e incandescente da Vulnerabilidade para Além da Paixão infernal.
O Amor como água que escorre nutrindo e curando cada fissura.
A Humildade como Guia, abrindo Portas a novas e maiores Perspectivas.
A Partilha como Linguagem, ressoando com os Aliados certos.
A noite mais Longa precede sempre a Madrugada mais Bela.
É preciso, por vezes, ver apenas a Escuridão, para poder recordar as Cores e a Texturas.
Re-aprendendo e re-inventando o mesmo Amor, em vez de perseguir a mesma experiência constantemente.
Rendo-me.
Entrego-me.
Aceito.
O processo leva Tempo.
O meu sofrimento foi necessário para crescer, re-avaliar prioridades e deixar emoções amadurecer e equilibrar.
A Paz é preciosa e regozijante, é a liberdade da escravatura da necessidade da gratificação constante e imediata de cada capricho e desejo, que só leva a explosões de nada.




Que as minhas Paisagens da Perda se pintem de Cinzento.
Que caiam as Ilusões, para que a Alma fale.
A vida abana-nos, para nos proteger de nós próprios.
E quando esquecemos o que significa estar vivos, a Morte lembra-nos.







algures entre a seda e o veludo
estou no caudal entre os mundos
tu subtileza, eu remoínho
abre a porta devagarinho
estou no caudal do rio do tempo
danço nas correntes em compasso lento
e a transparência pinta o meu trilho
serenamente para o desconhecido




REQUIEM
o relâmpago desenha a tua silhueta
entras no meu espaço
vieste nas gotas da chuva de minha janela
será isto ficção científica ou um sonho lúcido?
estarei a ver realmente aquilo que estou a ver?
as palavras que te disse no início não te podem trazer de volta
mas falamos numa linguagem para além de qualquer linguagem
e danço uma valsa com o teu fantasma
e damos connosco algures entre a seda e o veludo
dançando num lago de gelo gigante de emoções
e mesmo assim com duas correntes distintas
mas o amor cresce
de luz ténue a caminho aberto para cenários sublimes
onde haviam ruínas
já vejo o brilho das gotas de orvalho
contemplo as camadas da tua fragilidade
como os tons do pôr-do-sol
e dou-te o meu silêncio
ate que inventemos o nascer do sol
com um beijo que engole o céu
o nosso templo de intimidade
está sendo esculpido pelos ventos pacientes da eternidade
caminhemos, então, na paisagem de tuas dúvidas
não tens de ficar em silêncio
mesmo sem saber que dizer
eu amo tuas camadas cinzentas
dançarei com tua tristeza numa valsa delicada, será minha prece.
algures na encruzilhada,
está a promessa da erupção
há uma canção eterna que nunca cessa
mas ainda não fomos onde o silêncio fala.
e o silêncio diz
Amor, apenas amor.
abre os teus braços
e criaremos o horizonte
como se antes ele nem tivesse existido
o teu rosto reflecte a pureza
de uma catarata
com cortinas de transparência
e só a harmonia consegue dizer
aquilo para o qual seriam necessárias todas as linguas
e nem assim chegaria.
deito-me e fecho os olhos
olho para o céu para ver uma futura memória desvanecer
tu e eu lado a lado descansando
o sonho desvanece, levado pelas nuvens
como se a mão gigante do destino apagasse o que não pode ser.
tuas folhas, minhas folhas
nossa poesia interior damos Às ondas
tuas palavras, minhas palavras,
levadas
a água dissolve nossas cartas
e nossa pele se torna tela
das pinturas das nossas lágrimas
trilhos secretos para sonhos proibidos
onde a tinta se entorna as imagens se revelam.
minha entrega surreal
serás sempre a minha redenção.
tudo o que eu pensava saber acerca do amor
não é nada comparado com
o amor que me ensinaste.
és a poesia que nenhum poeta
alguma vez conseguirá escrever.









não subestimes o poder do amor
de fazer cair as máscaras
e deixar de ser perseguição da paixão
para ser a partilha das essências
sem ilusões de intensidade
mas um rastilho inconsequente
o esculpir delicado da intimidade
que o tempo vai soprando

não subestimes o poder do amor
pode mudar a direcção do vento
e dar a coragem de mergulhar na vida
mesmo quando pensamos já não ter alento
não subestimes o poder do amor
de ser uma corrente eléctrica
que acende o rastilho de uma luz que estava ténue
mas que cresce na estrada do preechimento
como uma criança renascemos no descobrimento
do que pode ser...
do que pode ser.
eclode em meu peito este quarteto de cordas
meus braços pétalas
tua pele rocha onde deslizo
somos a espuma das ondas
somos a preguiça da areia






estamos tão longe de onde estamos
tão mais longe de onde podemos estar
mas o segredo para tudo começar
é respirar em uníssono com as ondas do mar
há uma dança eterna, que nunca cessou
mas que nunca vimos, porque nunca fomos
onde o silêncio falou.
há uma canção eterna, que nunca se calou
mas que nunca escutámos porque nunca fomos
onde o silêncio falou
algures na encruzilhada
há a promessa da erupção
velocidade, intensidade,
e a prece nasce da confusão
há uma dança eterna, que nunca cessou
mas que nunca vimos, porque nunca fomos
onde o silêncio falou.
há uma canção eterna, que nunca se calou
mas que nunca escutamos porque nunca fomos
onde o silêncio falou







compor sem palavras
como se buscasse na harmonia as palavras que ainda não existem
para expressar o quase inexpressável
busco na geometria da harmonia
a arquitectura da fusão das essências
e encontrar nessas texturas
a razão da busca
infinitas variações de harmonia
como o templo infinito que são as florestas de Gaya
o ponto de fuga que se aprofunda
perspectivas infinitas
a 3.ª visão ao quadrado
encontrar na harmonia
a exacta ressonância da voz do Espírito
regressando à origem
uma dimensão da qual me estou a recordar
que me faz voltar a sentir
o porquê de querer comunicar...
daí o silêncio... para escutar a sinfonia do que se quer dizer.

com nosso toque que re-descobrimos
como crianças nos sentimos
e re-inventamos a linguagem
sentimos novamente a razão de querer dizer
com cantos que são preces
esta dança é uma oração







quando o silêncio nos cala
e nos envolve
nossos mares encontram-se
como duas fontes jorrando incandescências
fontes que se bebem
como lava debaixo de água
erupções
suspirando
premonições
e por detrás de um lençol branco
uma sombra abre a mala do passado
abre a mão
abre mão
do que já foi.
encontramo-nos no horizonte
que o céu cantou
e com um trilho de estrelas se desenhou
o uníssono do bater do coração:
entregue à serenidade
e sua intensidade
entregue à intensidade
e sua serenidade.
e nossa prece
no olho da tempestade
algures entre a seda e veludo
quantas sinfonias neste silêncio
quanta poesia neste balbuciar
a dança do equilíbrio perfeito
entre força e delicadeza
pintada com texturas
de cambaleares de incerteza.







As fantasias impossíveis são as mais belas.
Caminhas lentamente, e cada passo desenha uma nuvem.
Cada palavra que escrevo,
cada impossibilidade que a Contemplação me dita
é embriaguez saudável,
risos com ecos de lágrimas com ecos de orvalho.





Está tudo melodioso nesta quietude.
Todo o silêncio é um incenso dourado que cobre a realidade.





Sou uma nuvem à deriva.
Feliz pelo reencontro com os mares e os vulcões.
Ansiando surfar na erupção,
deixo-me ficar na rebentação das ondas.
Encosto o ouvido aos Sonhos mais subtis,
para sentir a ressonância intemporal das sinfonias
que são o caudal das coreografias
que me correm no sangue com suas fluidas geometrias








Hoje vou voar no reino da Essência,
ver-me reflectida nos águas do Rio da Inocência,
e obter as respostas
vindas nos murmúrios que se soltam
do interior das cataratas da Verdade.
Bebo o néctar do Rio do Tempo,
deixo as páginas brancas da espera arder em lume brando,
e vou observar os oráculos que se desenharem no fumo.






A harmonia fala
como a Aurora Boreal
uma Mímica Gigante e Divina
de verdades delicadas.








planta sempre as sementes dos teus sonhos
mesmo que o vento leve a maior parte delas
e possas até tremer com sua frieza
mesmo que a terra possa estar ressequida
e não consiga fazer brotar as flores que imaginas
com as cores e as nuances de tua imaginação,
ou não consiga fazer crescer as árvores fortes e milenares
que as tuas visões profetizam,
cada árvore um pilar de um templo do misticismo ancestral
mesmo que a brisa não te traga ainda
os perfumes do futuro
planta sempre as sementes dos teus sonhos
nunca deixes de doar à vida a esperança inocente
porque a esperança é o único farol de regresso à Verdade
porque a Inocência é a única referência de regresso ao Caminho
planta sempre as sementes dos teus sonhos
e rega todos os dias essas novas espécies de flores
canta e dança cambaleante rodopiante saltitante
as tuas orações e preces para que se imprimam no seu caule
e jorrem em suas camadas infinitas de pétalas e cheiros
cada queda um canto em queda-livre
cada queda uma lição profunda que te eleva mais
que esse Cheiro seja a quintessência
da poeira dourada que te vai desenhar o caminho
e abrir-te as portas mágicas, desenhar-te no ar as telas do Infinito
para abraçares o teu Destino
esse Horizonte que apenas espera que desembacies o olhar
para a ti se revelar
como o amanhecer dos amanheceres
em que cada lágrima conterá
toda a beleza de todas as gotas de orvalho
que escorrem em todas as delicadas teias-de-aranha
em que todos os teus pensamentos vibram
para a Vida poder escutar-te e aceder aos teus pedidos
deixa cair as correntes
que agora são laços que delicadamente se desenlaçam
para desenhar mundos esferas e galáxias
de novos antigos universos
abraça a tua criança interior, para que ela se funda com a Anciã
pois sois ambas
numa malabarismo contínuo de espontaneidade
de vida em musical constante
deixa o Dragão sair do covil
e abrir as asas cuspindo fogo que não queima
mas Ilumina
e que tua Essência reverbere
fazendo de todo o Mundo tua catedral
não receies se algum vazio agora desponta
é só a tua Alma pedindo que aprofundes tua Experiência
para a Felicidade poder ser uma equação de verdadeiro Preenchimento

é so a Vida pedindo que renasças
não é difícil
só tens de abrir as asas
e recordar.






uma Mão escreve da esquerda para a direita
uma melodia que escuto da direita para a esquerda
do futuro para o presente
escuto-a como é ou ela está em reverse?
ou será que tenho de fazer reverse do reverse?
Uma velha desenhada a carvão
chora a Morte da sua Juventude
e transforma-se em aguarela
desfaz-se
e funde-se com um rio que dança.



O melhor desta viagem foi
segurar a tua Mão
e desenharmos outra linha do Horizonte,
tingindo os céus de roxo,
respirando ao ritmo da rebentação das ondas
( tradução da Química interior)
Que cada gesto contenha o rumor da lava
pulsando sob nossos pés
re-edificamos o templo sem tempo da Terra com nosso Rugido.
A Intemporalidade transcende as barreiras da Fisicalidade.
Cada Abraço uma nascente de Água Ascendente.
A Expressão Divina é uma Musa em desenho animado que canta junto aos rios e às grutas.
Só escutas suas melodias se a água entrar em teu sangue.


quem me dera poder levar-te a voar num sonho
onde fôssemos beber das cascatas da Pureza
e se tornasse essa a memória do Amor em ti.
Onde pousássemos numa árvore com mil anos
e se tornasse essa a memória da tua Força.
e que os ventos das alturas fossem para sempre
a memória da distância infinita
que o teu espírito pode percorrer.
e ao mergulharmos na lava
a incandescência gravasse no teu olhar
o brilho da tua essência
Colhendo cada lágrima tua num cálice dourado
embalar-te-ia com cânticos subaquáticos
e se caísses seria com a suavidade de uma folha
de outono que protegeria no meu peito.
e nesse breve instante de eternidade
o Amor contaria uma história ao Tempo:
de como qualquer Alma
que visse a Alma linda que és
veria os seus cabelos ficarem grisalhos
querendo envelhecer ao teu lado
multiplicando toda a alegria das bençãos da vida
através da serenidade da partilha.



Encontrei-te num sonho e perguntei-te:
"sabes que estás a sonhar?"
respondeste, "sei"
E o nosso abraço foi composto
sentido
com ecos interiores de violino romântico
foi tocado com o arco do nosso toque, o roçar da nossa pele.







Expressão Trovejante
Compreensão Infinita
Sacerdotiza da Verdade
Hino da Inocência
Magia Ancestral
Compaixão Curandeira
Sacerdote da Atlântida
Elevação Boreal
O meu Templo de Amuna.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

amor sagrado

somos oceanos pequeninos abraçando a imensidão da eternidade
a terra canta e dança pelos nossos corpos

um remoínho de fogo nos eleva até ao céu
o silêncio suspira sinfonias através da pele
e nossas lágrimas colhidas em cálices dourados

Promessas de Erupção

Algures na Encruzilhada, a promessa da Erupção
a sinfonia da tempestade e mais perto da Redenção.


O maestro rasga as pautas
e rodopia
mergulhando no submundo

Perséfone está reflectida na menina dos seus olhos
mas Hades cria o turbilhão que alimenta a sua dança

catedral de purificação
inspirando fogo, expirando água
torna-se LAVA

Aquele arrepio
Explosão plutónica delicada porque em câmara-lenta
mais intensa
mas nunca estridente


Em câmara lenta
cabelos flutuantes
braços grandes como mantos
mantos de tempestade
varrendo
varrendo
abrindo
Novos caminhos
em cada passo o ritmo dos ciclos da mudança
em cada gesto a cadência da progressão
das cores de um pôr-do-sol
douradas texturas
de um nascimento sagrado


quando a beleza transcende a própria beleza
meu olhar fugidio
teme hipnotizado ficar
num infrutífero mitificar
da essência que se expressa
como abertura de orquestra
já és a canção que o silênciom
e começa a sussurar
já és a poesia que me teima em queimar

um acorde subtil e místico
ao ritmo de um leque de cabelos
leque que é pincel
que pinta o céu com texturas de sonhos


os tempos são intensos
a urgência da mudança exige que nos rendamos às ondas (gigantescas)

numa embarcação vulnerável
nos lançamos para um caminho enevoado
oráculos na espuma das ondas :
serpentes se transformam em cisnes

à medida que o Espírito esperneia e se contorce
dentro do casulo
ansiando pela Luz
como uma rosa sedenta de chuva

a ampulheta tombada
que regresse a visão
que nos conduz Às câmaras de cristal